De como se pode tomar a decisão errada na resolução do problema do trólei (versão para tótós)
Nas vésperas de mais um confinamento decretado pelo estado, apresentamos o que deveria ser a resposta, dos que prezam a liberdade, à situação que vivemos.
Nâo se trata de uma opinião;, mas sim de uma conclusão baseada em dados. Face à proliferação de informação errada ou manipulada, i.e., não credível, recorremos ao que é factual: o número de óbitos em Portugal.
Comecemos pelo escalão dos mais jovens; a faixa etária dos 0 aos 14 anos:
(A linha a azul mostra a evolução da mortalidade na faixa etária correspondente; a linha horizontal, a tracejado azul, a base de referência; a zona sombreada a cinza é o intervalo de variação (aleatória) normal da mortalidade; e a linha horizontal, a tracejado encarnado, o nível a partir do qual existe, estatisticamente, um excesso de mortalidade (i.e., não explicada por variações aleatórias).
No período em causa - da 3.ª semana de 2015 até à última semana de 2020 - a taxa de mortalidade nesta faixa etária nunca ultrapassou a a linha horizontal, a tracejado encarnado (e, nos últimos dois anos, nunca saiu da banda sombreada;
No escalão seguinte, dos 15 aos 44 anos, temos:
...a mesma coisa.
Escalão seguinte, dos 45 aos 64 anos:
A mortalidade apenas ultrapassou a linha horizontal, a tracejado encarnado, duas vezes: na última semana de 2017, e menos que isso, na última semana de 2020.
Escalão dos 65 aos 74 anos:
Existe um ligeiro excesso de mortalidade no final de 2020; mas de valores equivalentes aos verificados no princípio de 2017.
Dos 75 aos 84 anos:
Existe um excesso de mortalidade a meio* e no fim de 2020 ; mas inferior ao verificado no final de 2017 e ligeiramente superior ao verificado no princípio de 2019;
Mais de 84 anos:
Existe um excesso de mortalidade a meio* e no fim de 2020 ; mas inferior ao verificado no final de 2017 e no princípio de 2019.
* Estes pico pode ser explicado pela notícia "Calor e quebras no acesso aos cuidados de saúde. Há 7 anos que não morriam tantas pessoas na primeira quinzena de julho", aqui.
Estes dados mostram que existe um excesso de mortalidade nos com mais de 74 anos, nas últimas semanas de 2020. Mas não são valores que já não se tivessem verificado anteriormente, desde 2015 até à data - período em que a doença sazonal mais mortífera, a gripe, poderia ser mitigada com uma vacina, e em que os serviços de saúde não estavam em "ruptura".
A questão que se deve colocar é: existe alguma situação excepcional (quanto mais de calamidade ou de emergência) que justifique a imposição de uma pausa na vida das pessoas, privando-as das suas liberdades civis?
Os nossos governantes tomaram a decisão errada na resolução do problema do trólei: desviaram-no, intencionalmente, para onde estava o maior número de pessoas, provocando o maior número de danos. O problema, na realidade, não os afecta: estão seguros, dentro do trólei. Até que, um dia, surjam veículos autónomos.
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