November 12, 2018
Sapo 24
O estranho caso do Partido Libertário Português
“O projeto de um Partido Libertário Português nasceu, por iniciativa de um conjunto de pessoas, a 12 de janeiro de 2012. E, desde esse momento seminal, o que se pretende é a criação de um partido político diferente que, independentemente dos resultados que porventura possa vir a alcançar nos diferentes atos eleitorais a que se apresente, declara de forma irrevogável que nunca aceitará governar ou fazer parte de qualquer entidade que tenha por função exercer o poder executivo. A sua intervenção na sociedade portuguesa [tem lugar] através da sua exclusiva participação no processo legislativo; não se enquadra – e portanto não é classificável – no tradicional espectro político-partidário. Não é de esquerda, nem é de direita. É um partido meta-político; assenta toda a sua filosofia política no direitos à autonomia individual, à liberdade e à propriedade, valores que raramente são abraçados com a mesma importância e, principalmente, sem exceções, por uma mesma força política ou, mesmo, pela esquerda ou pela direita, consideradas globalmente”.
É desta forma que, numa curta conversa via e-mail, o Partido Libertário Português se apresenta ao SAPO24.
Em 2012, ano em que se formaram, afirmam que “não existia nenhum [partido] que, nessa altura, se insurgisse contra as causas da crise financeira - o modelo obsoleto e criminoso de funcionamento do sistema bancário - e contra as consequências dessa mesma crise para os países do sul da Europa: a imposição de políticas económicas - que, de resto, foram consideradas, mais recentemente, como tendo sido erradas pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia, leia-se Alemanha, e FMI — que provocaram danos irreparáveis nas vidas dos cidadãos desses países”. E é aí que oPartido Libertário se diferencia, ideologicamente, dos restantes protagonistas liberais deste texto.
Partindo do princípio que “o libertarianismo é a quintessência do liberalismo”, este propõe medidas que até a este ponto de leitura parecem não caber no liberalismo, como "a criação de um rendimento universal básico e incondicional (RUBI) para todos os cidadãos com mais de 18 anos, nascidos e residentes em Portugal" ou a saída da União Europeia, "como condição sine qua non para a recuperação da soberania nacional".
Mais, o PLP advoga ainda o "abandono de tecnologias centenárias, obsoletas e perniciosas para o florescimento e prosperidade do Homem, nomeadamente no sistema bancário; e no sistema político, a substituição do sistema de democracia parlamentar representativa por um modelo de sorteio, entre todos os cidadãos, dos elementos dos diferentes órgãos políticos - a demarquia”.
Em suma, afirmam defender o desejo de “que cada pessoa disponha dos meios para poder determinar, por si mesma, a forma como deve conduzir a sua vida, de acordo com as suas crenças, valores e preferências”. “Quando isso acontecer, o PLP deixa de ter qualquer razão para existir. Teremos uma sociedade verdadeiramente livre”, terminam.
August 26, 2018
Público
◄
1 / 1
►