Laurence M. Vance
6 de Maio, 2014
Sou um libertário. Não sou Democrata nem Republicano. Não sou liberal nem conservador. Não sou de esquerda nem de direita. Não sou moderado ou progressista. Não sou um Libertário. Não sou um fusionista. Não sou um constitucionalista.
Sou um libertário. Nem oito nem oitenta. Não sou brutalista ou humanitário. Não sou holista ou solipsista. Não sou moralista ou consequencialista. Não sou aberto nem fechado. Não sou um libertário modal, cosmopolita, cultural, teocrático, sofisticado, do regime ou da Beltway. Não tenho um enorme coração. Não sou neo-libertário, nem libertário da segunda vaga ou milenário. Sou um simples velho libertário, que não precisa de rótulos, não faz advertências e não pede desculpas.
Sou um libertário. O libertarianismo é uma filosofia política preocupada com o uso permissível da força ou da violência. Não é uma filosofia política que diz que o governo limitado é o melhor tipo de governo. Não é uma filosofia política socialmente liberal e economicamente conservadora. Não é uma filosofia política que diz que o governo é menos eficiente que o sector privado. Não é uma filosofia política que diz que a liberdade pode ser alcançada através da promoção de algumas políticas governamentais em detrimento de outras. Não é uma filosofia política tipo liberalismo com impostos baixos. Libertarianismo não é a ausência de racismo, sexismo, homofobia, xenofobia, nacionalismo, nativismo, classismo, autoritarismo, patriarcado, desigualdade, ou hierarquia. O libertarianismo não é diversidade ou activismo. O libertarianismo não é igualitarismo. O libertarianismo não é tolerância ou respeito. Libertarianismo não é uma atitude social, estilo de vida, ou sensibilidade estética.
Sou um libertário. Subscrevo o princípio de não-agressão que diz, nas palavras de Murray Rothbard: "O único papel apropriado para a violência é a defesa das pessoas e da sua propriedade contra a violência, e qualquer uso de violência que vá além dessa justa defesa é, em si mesmo, agressivo, injusto e criminoso. O libertarianismo, portanto, é uma teoria que afirma que todos devem estar a salvo da invasão violenta da sua pessoa ou propriedade, devem ser livres para fazer o que acharem melhor para si mesmos, excepto lesar a pessoa ou a propriedade de terceiros." Preocupam-me as acções; não me preocupam os pensamentos: preocupam-me apenas as consequências negativas dos pensamentos. Acredito que o princípio da não-agressão também se aplica ao governo. Os libertários deveriam, por isso, opor-se ou procurar limitar a intromissão - interna e externa - e a intervenção dos governos, que são os maiores violadores do princípio da não-agressão.
Sou um libertário. Acredito na regra de ouro. Acredito em viver e deixar viver. Acredito que uma pessoa deve ser livre para fazer o que quiser, desde que a sua conduta seja pacífica. Acredito que os vícios não são crimes.
Sou um libertário. O nosso inimigo é o estado. O nosso inimigo não é a religião, as corporações, nem as instituições, fundações ou organizações. Estas só têm poder para causar danos por causa da sua ligação ao estado. E como a guerra é a saúde do estado, a oposição às intervenções militares, no estrangeiro, e às guerras, deve ser total e completa.
Sou um libertário. Acredito no laissez-faire. Qualquer pessoa deveria ser livre para se envolver em qualquer actividade económica sem a licença, autorização, proibição ou interferência do estado. O governo não deve intervir na economia de forma alguma. Acordos de livre comércio, vouchers educacionais, privatização da segurança social, etc., não são - nem um pouco - ideias libertárias.
Sou um libertário. O melhor governo é o não governo. O segundo melhor governo é o governo que governa o menos possível. O governo, como disse Voltaire, no seu melhor estado é um mal necessário e, no pior estado, é intolerável. A melhor coisa que qualquer governo poderia fazer seria simplesmente deixar-nos em paz.
Sou um libertário. A tributação é um roubo perpetrado pelo governo. O governo não tem direito a qualquer percentagem da rendimento de ninguém. O código fiscal não precisa de ser simplificado, encurtado, mais justo ou menos intrusivo. As taxas de imposto não precisam ser mais baixas, mais planas, mais justas, iguais ou menos progressivas. O imposto sobre o rendimento não precisa de deduções, lacunas, abrigos, créditos ou isenções maiores ou menores. Este sistema putrefacto - todo ele - deve ser abolido. As pessoas têm o direito de ficar com o dinheiro que ganham e decidir o que fazer com ele: gastá-lo, desperdiçá-lo, esbanjá-lo, doá-lo, legá-lo, armazená-lo, investi-lo, queimá-lo, apostá-lo.
Sou um libertário. Não sou um libertino. Não sou um hedonista. Não sou um relativista moral. Não sou devoto de nenhum estilo de vida alternativo. Não sou revolucionário. Não sou um niilista. Nunca desejei associar-me nem agredir aqueles que o são. Acredito na absoluta liberdade de associação e discriminação.
Sou um libertário.
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Tradução, para o PLP, de A. D. Rímer.
Texto original, em inglês, em I Am a Libertarian.
Outra tradução, com comentários, em Eu sou um genuíno libertário.